
A mulher sem pecado, de 1941, é sua primeira peça, escrita, diz ele, para ganhar dinheiro. Motivo mais que justo. A genialidade, porém, impõe ao criador um destino para além dele. Num enredo aparentemente simples, já encontramos traços de sua escrita. Olegário, preso a uma cadeira de rodas, é casado com Lídia, sua segunda esposa, por quem nutre um ciúme doentio. Levado por sua obsessão, cria uma verdadeira rede de espiões, personagens comezinhos e próximos da mulher, para ter a prova, não da verdade, mas daquilo que lhe corrói as entranhas. "A única coisa que me interessa é ser ou não ser traído!", diz Olegário, esse Hamlet de araque, sem castelo, sem reino, mas possuído por seu dilema existencial. Mas o pai de Hamlet foi mesmo assassinado, e Lídia é fiel! Conhecendo ou intuindo os mecanismos da grande dramaturgia, Nelson nos brinda com um final surpreendente.


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